FELIZ NATAL!!!

Mas por que desejamos Feliz Natal e não desejamos uma feliz segunda-feira, terça-feira, um feliz mês de abril, maio, outubro ou qualquer outro feriado?
Desejamos Feliz Natal porque é neste dia em que a maioria das pessoas estará voltada para Deus, nem que seja por alguns instantes. O Natal, dia 25 de dezembro, é o dia em que Jesus nasceu. E como este é o dia mais importante de toda a humanidade, quando se deseja um Feliz Natal, está se desejando felicidades para todos os dias que virão.
Assim, desejo-te um Feliz Natal na certeza que essa felicidade de estenderá nos dias seguintes, até chegar o próximo 25 de dezembro, quando eu voltarei aqui e renovarei esses meus votos.

FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO!!!

Será que você percebe...

Que se algumas das atitudes que tomo
Talvez não sejam as mais adequadas

Que fico triste repentinamente
Sem boas justificativas para isso

Que me deprimo, às vezes, por dizer algo
E achar que a magoei

Que tento ser o melhor sempre
E que isso não é nada fácil

Que Tenho a sensação que tudo que faço
Não esta sendo bom o suficiente

Que complico a vida cada dia mais
Pois estou perdendo força

Será que você percebe que...
Estou muito mal... que sofro

Quando será que isso vai acabar?
Mas um dia eu volto...


ever...

Se você me ouvisse...

Meu amor neste mundo não cabe...
Te desejo, você sabe
Te quero, já te disse
Ah! Mas se você me ouvisse...

Gostaria de ser lembrado
De também ser amado
Acreditar que sou importante
Para você, e ser seu amante

Mas como é difícil agüentar...
E se não desejo mais lutar?
Tranqüila ai de ficar?
Pois, te desejo e já lhe disse
E agora se me ouvisse?
É tarde, quero apenas descansar

Everton Gomes da Cunha

PROFISSÃO

Perguntaram pro menino:
"o que você quer ser quando crescer?"

Serei engenheiro,
Serei arquiteto,
Serei médico,
Serei astronauta

Serei jornalista,
Serei escritor,
Serei empresário,
Serei pintor

E principalmente
Serei advogado,
Serei Psicólogo,
Serei Pai,
Serei Mãe

Serei um Dom Quixote,
Serei um Bentinho,
Serei um mocinho
Serei um vilão

Eles riram e disseram:
"Menino! Você não pode ser tudo isso..."
Ele respondeu: “claro que eu posso,
EU SEREI PROFESSOR!”

Carmen Barudi


Poema extraído do Jornal Quixote, edição n.º 2, do Grupo de Literatura Gauche. Agradeço a minha amiga Carmen por autorizar a publicação da sua arte aqui no meu blog.

Tocar por tocar



O telefone toca
O coração acelera
A ansiedade domina
Corro para atender
Tento saber quem é
antes de algo ser dito
Desejo ouvir a sua voz

Ouço algo
Me desanimo
Não é você
Tenho que atender
normalmente
Outra pessoa
quer falar comigo
Ela se lembrou de mim!

De tantas que me ligam
A que mais desejo não me liga
Talvez por falta de tempo
Ou, quem sabe, de costume
Mas isso me faz falta

Agora estou aqui
Esperando o telefone tocar
Sei que isso não vai acontecer
Mas o que tem demais acreditar
que talvez hoje seja diferente?

Não quero atender mais o telefone
Pois sempre fico triste
Quando atendo o telefone e percebo
que não é você
E fico mais triste quando desligo
Pois penso que
Se outras pessoas me ligam
Por que ela não me liga?

Já me decidi
Vou continuar esperando
E quem sabe
Esse telefone não vai tocarSomente por tocar


superever

Não me entendo

Eu sei que estou distante,
Que muitas vezes estou ausente.
Mas a todo instante
Penso em você, constantemente.

Eu sumo, desapareço,
Não é que eu queira ser assim.
Pago um alto preço
Quando não a tenho perto de mim.

Eu me cobro e você também
E nos deixamos ser refém
Do meu comportamento, insano.
E o tempo vai passando

Já não mais me reconheço
Mas ainda te agradeço
Por tentar me entender
Apesar de tanto sofrer

Não queria ser assim.
Isso não é parte de mim.
O que é que estou fazendo?
Por mais que pense, não me entendo.

A verdade é que tudo isso
Está acabando com nós dois
E agora que me dei conta disso
Não posso deixar para depois

superever



Vida X Morte



No poema que se tem na sequência, verifica-se que o "eu-lírico" não deseja morte, pelo contrário, pois o que se nota é um forte desejo de aproveitar e usufruir dos prazeres que a vida oferece. Interessante analiser toda a construção da poesia, pois Castro Alves estava condenado a morte vítima de sua saúde debilitada, mas ele lutou muito pela sua vida. Portanto, pode-se traçar um parelelo entre a vida real do autor e a sua obra literária.



MOCIDADE E MORTE
Castro Alves

Oh! eu quero viver, beber perfumes
Na flor silvestre, que embalsama os ares;
Ver minh’alma adejar pelo infinito.
Qual branca vela n’amplidão dos mares.

No seio da mulher há tanto aroma...
Nos seus beijos de fogo há tanta vida...
— Árabe errante, vou dormir à tarde
À sombra fresca da palmeira erguida.

Mas uma voz responde-me sombria:
Terás o sono sob a lájea fria.

Morrer... quando este mundo é um paraíso,
E a alma un cisne de douradas plumas:
Não! o seio da amante é um lago virgem...
Quero boiar à tona das espumas.
Vem! formosa mulher — camélia pálida,
Que banharam de pranto as alvoradas.
Minh’alma é a borboleta, que espaneja
O pó das asas lúcidas, douradas...

E a mesma voz repete-me, terrível,
Com gargalhar sarcástico: — Impossível!

Eu sinto em mim o borbulhar do gênio.
Vejo além um futuro radiante:
— Avante! — brada-me o talento n’alma
E o eco ao longe me repete — Avante! —
O futuro... o futuro... no seu seio...
Entre louros e bênçãos dorme a glória!
Após — um nome do universo n’alma
Um nome escrito no Panteon da história.
E a mesma voz repete funerária:
Teu Panteon — a pedra mortuária!
Morrer — é ver extinto dentre as névoas
O fanal, que nos guia na tormenta:
Condenado — escutar dobres de sino,
— Voz da morte, que a morte lhe lamenta.
—Ai! morrer — é trocar astros por círios,
Leito macio por esquife imundo,
Trocar os beijos da mulher — no visco
Da larva errante no sepulcro fundo.

Ver tudo findo... só na lousa um nome,
Que o viandante a perpassar consome.

E eu sei que vou morrer... dentro em meu peito
Um mal terrível que me devora a vida:
Triste Ahasverus, que no fim da estrada,
Só tem por braços uma cruz erguida.
Sou o cipreste, qu’inda mesmo florido,
Sombra da morte no ramal encerra!
Vivo — que vaga sobre o chão da morte,
Morto — entre os vivos a vagar na terra.

Do sepulcro escutando triste grito,
Sempre, sempre bradando-me: — Maldito! —

E eu morro, ó Deus! Na aurora da existência.
Quando a sede e o desejo em nós palpita...
Levei aos lábios o dourado pomo,
Mordi no fruto podre do Asfaltita.
No triclínio da vida — novo Tântalo —
O vinho do viver ante mim passa...
Sou dos convivas da legenda hebraica,
O estilete de Deus quebra-me a taça.

É que até minha sombra é inexorável,
Morrer! Morrer! soluça-me implacável.

Adeus, pálida amante dos meus sonhos!
Adeus, vida! Adeus, glória! amor! anelos!
Escuta, minha irmã, cuidosa enxuga
Os prantos de meu pai dos teus cabelos.
Fora louco esperar! fria rajada
Sinto que do viver me extingue a lampa...
Resta-me agora por futuro — a terra,
Por glória — nada, por amor — a campa.

Adeus!... Arrasta-me uma voz sombria,
Já me foge a razão na noite fria!...

Ve, Carlos, a ser gauche en la vida...

Em homenagem ao Grupo Gauche de Literatura, com o seu jornal "Quixote", posto um poema de Drummond que, além de ser uma obra-prima, origina o nome dado a esse grupo.

Poema de sete faces

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus,
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

Carlos Drummond de Andrade

Doce ilusão


Hoje parei para pensar
Na doce ilusão de achar
Que linda é a nossa vida
E nela só há caminho de ida

Então continuei a refletir
Na ilusão que alimentamos
Para continuarmos a existir
Pois só assim acreditamos
Que as coisas são como são
E a tentativa de mudar é em vão

Feliz daqueles que se contentam
Feliz dos pobres ignorantes
Feliz os que tapam os olhos
Feliz o que se conformam
Mas são felizes?

Infelizes aqueles que contentam
Infelizes os pobres ignorantes
Infelizes os que tapam os olhos
Infelizes os que se conformam
Mas será que são infelizes?

É difícil viver
Mas não importa
Vamos continuar a crer
Que tudo vai mudar
Pois vida morta...
Só quando a ilusão acabar
.
Ever............

Seu coração

Se tortuoso for o caminho do seu coração
E se tenho poucas chances de chegar a ele
Mais difícil é eu desistir da minha intenção
Que é a de chegar, entrar e morar nele

Se tenho poucas chances de alcança-lo
Se, talvez, tal honra não mereça
Mais forte é minha vontade de ama-lo
Força tenho de lutar para que meu sonho aconteça

E quando achar que estou desanimando
Me oriente para continuar
Pois tamanha ajuda não desperdiçarei

Não tenha duvidas que estou te amando
E que ao seu lado quero estar
E para que isso aconteça, seu coração alcançarei

ever.......

Incansável

Talvez o necessário seja menor que essa dedicação
Pode ser que o sonho esteja longe da realidade
Que a vida seja curta para destruir uma ilusão
E o homem nunca creia se é feliz de verdade

Fantasias são um meio de minimizar a existência
E mesmo sabendo, não quero perder a minha.
Para muitos, somente a razão tem eficiência
Pensando assim, percebi que ela nunca viria.

Uma grande certeza sempre deverá existir:
Que a luta jamais perderá o seu valor.
Por mais que o sonho não seja a realidade

É ele que nos move e nos faz exigir
Uma vida melhor e com mais amor
Para buscar a tão sonhada felicidade.

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Num gesto

Pequenas coisas que vejo em seu olhar

Outras que aparecem até mesmo no falar

São bastante para que eu continue a achar

Que pra impressionar, nada é forçado


Bondade ao olhar para os outros

Força que tem para os problemas

Alegria em poder estar ali

Simplicidade num gesto simples


Então me convenço que tudo isso é lindo!

Que nada é por acaso!

E que já fui a melhor vítima

Hoje eu sigo, ao menos, um de seus passos


São algumas dessas situações que torturam

Pois elas me fazem aumentar mais a saudade

E pensar que hoje é um lindo dia pra te ver

Pra vitimar-me da sua bondade


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Alguém me entende?

Que tolice, não sou imprescindível
Talvez a minha falta seja ruim?
Pois de uma ingenuidade incrível
É que uma sensação volta a mim

Depois que me faço burro....
Me arrependo e lamento.
Assim, meu coração ficará duro.
Já estou que não me agüento!

Mas eu ainda irei aprender
Ingenuidade há de sumir
Quem sabe, aí se poderá ver
Que tudo é mais do que sorrir

Creio que estou exigindo demais
Mas exijo o que menos se faz!
Na verdade, não sei se volto atrás
Para a mesma e intolerante paz.

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Paradoxos

Um momento reclama não ter

Outro, desdém quando a tem

Conclusão difícil de entender

Mais dura, é porque a mantém


Quando um quer consertar um erro

Cometido por motivos, talvez, ignora

O outro imita e revive o pesadelo

Neste coração que somente te adora


A vida a dois é difícil de compreender

Há muita união, que é necessária.

Cultivando o que se chama casal


E chega o momento que começamos a perceber

Que o amor é isso, uma vida imaginária

De paradoxos, que se vê igual

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Vire-se

Vida, aconteça.
Não fique me esperando.
Há tanto para se viver,
Mas para tudo você depende de mim.
Vire-se,
Pois eu quero conforto,
Facilidade.
As coisas devem acontecer,
Naturalmente,
Sem a minha intervenção.
Mas te quero perfeita, alegre,
Intensa.
Mas não me espere.
Só quero viver.
Portanto,
Vida, vire-se.

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